domingo, 20 de março de 2011

MARIA! Não Me Mates, Que Sou Tua Mãe!

MARIA! Não Me Mates, Que Sou Tua Mãe!
De: Camilo Castelo Branco
Adaptação: Fernando Gomes



Estreia: Dezembro de 2009
Encenação: Jorge Alonso
Cenário e desenho de luz: Jorge Alonso e Nuno Valente
Figurinos: Criação colectiva
Selecção musical e operação: Jorge Alonso, Selecção de  Fados - Filipa Menina
Construção cenográfica: Serviços carpintaria do Município de Esposende
Elenco(por ordem de entrada em cena):
São Simões, Patrícia Fino, Loide Meireles, Fernando Vale, Filipa Menina, Joel Zão, Marcelo Silva, Bruno Serra, Alexandra Campino, Irene Abreu, Sandra Aleixo, João Campino, Beatriz Campino. 

Os Autores

Camilo Castelo Branco deixou uma vasta obra, das mais importantes da Literatura portuguesa, impondo-se como expoente máximo do nosso romantismo, prefigurando o escritor por excelência, sendo mesmo reconhecido como o primeiro a desempenhar tal arte por profissão. Inúmeros são os títulos com que perdurará na memória de todos, destacamos: «Doze Casamentos Felizes» (1861), «Amor de Perdição» (1862), «Memórias do Cárcere» (1862), «A Queda Dum Anjo» (1866), «O Judeu» (1866) e «O Retrato de Ricardina» (1868).
Fernando Gomes, (Actor | Autor | Encenador), com uma obra conhecida do grande público, tanto em teatro como na televisão, iniciou a sua actividade artística em 1974 . Escreveu e encenou inúmeros espectáculos teatrais.

Da obra
Maria! Não Me Mates, que Sou Tua Mãe!

Maria! Não Me Mates, que Sou Tua Mãe!  foi publicado, pela primeira vez, num folheto de 16 páginas em edição de autor e sob anonimato, em 1848, e terá sido inspirado num crime que aconteceu em Lisboa envolvendo uma tal de Maria José, filha de Agostinho José e Matilde Rosária da Luz. 

O sensacionalismo da narrativa e o tom deveras moralizante – com resultados perfeitamente humorísticos para o leitor actual – fizeram desta publicação um sucesso popular na sua época e uma obra de culto posteriormente. De facto, este relato hoje poderá ser lido na esteira da literatura do macabro, elevando esta Maria à melhor galeria de malfeitores da literatura portuguesa.
Sobre o espectáculo:

Este espectáculo é resultante da reunião de elementos formados no Curso de Interpretação teatral em 2009 com outros elementos do Grupo GATERC.
Uma tragicomédia passada numa Lisboa do século XIX,  não muito diferente de outro lugar em Portugal. Num tempo sem televisão nem jornais para noticias sensacionalistas, aconteceu o mais triste e espantoso acontecimento, o maior crime que viu o mundo. Como aconteceu?
Um Pai que morre em cima de uma alheira ao chegar a casa, vindo do seu duro trabalho, na Pedreira de S. Sebastião, uma filha que vai para um Convento onde encontra umas freiras especiais e o próprio S.Sebastião, uma outra filha que se enamora por um malandro, um grupo de ceguinhos que não o são, a sua paixão pelo fado e pelas desgraças. O povo português do século XIX, ou do século XXI, aqui caricaturado. Fados ao vivo para temperar a desgraça. Como alguém um dia disse, “Não há nada mais engraçado, do que a desgraça”. E  de Chaplin
“A Tragédia é a vida vista em plano individual, a comédia a vida vista em plano geral” .
O desafio foi criarmos uma comédia com temas trágicos, de um certo Portugal de ontem e ainda de hoje, um retrato de vida humana, de miséria, de amor, de egoísmo, de mentira, traição, e violência.  Uma palavra de reconhecimento para os actores e à sua entrega, vontade, sonho, que em tempo record para amadores, 3 meses, conseguiram preparar este espectáculo. A palavra amador aqui dignificada. Este Grupo de Teatro tem muita riqueza, as pessoas.  
Para terminar uma frase de Chruchill, aquele senhor inglês de charuto, que na altura da II Grande Guerra disse: “Ter êxito, é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo”.

sexta-feira, 18 de março de 2011

O Quiosque

                      de Fernando Gomes


Estreia: 2008
Encenação e Adaptação do texto original: Jorge Alonso
Selecção musical: Jorge Alonso
Desenho de Cenário: Rui Teixeira
Desenho de Luz: Rui Teixeira e Nuno Fernandes
Figurinos: criação colectiva 
Operação de luz e som: Jorge Alonso e Rafael Sousa Santos

Sinopse do espectáculo
Uma comédia de costumes

Lopes, dono do melhor e mais frequentado quiosque de Esposende é casado com D. Flora, da qual tem uma filha, a Emília. D. Flora morre quando Emília tinha 18 anos e a filha vive obcecada pela morte da mãe. O pai, não volta a casar porque a experiência anterior não tinha sido nada gratificante - muito pelo contrário. Os anos passam e Emília, muito católica dedica-se à casa, ao pai, à rádio - a sua fiel companheira - e à costura. Rapariga simples mas exigente, sempre posta de lado pelos seus colegas de escola, Lili não queria ouvir falar de homens nem em casamento. 
 

O Sr. Lopes, homem respeitado por toda a vizinhança, marido dedicado, trabalhador honesto e posteriormente um viúvo a quem ninguém poderia apontar um dedo, vê-se sozinho e com as fraquezas próprias de um jovem com 39 anos. Arranja uma amante fora de Portugal salvaguardando assim a sua honra e a honra da sua casa. Mas o quiosque não chega para tudo e tem de desistir da amante em Vigo . Ansioso por casar a sua filha e assim ficar com uma vida mais folgada, Lopes arranja um estratagema para convencer a filha a casar. 

 
Convida um velho amigo e companheiro de longa data, o Silva, também ele viúvo, para passar uma semana em sua casa com o filho, o futuro marido de Emília. Com este pretexto trás Faty, a sua nova amante e mulher da vida que quer mudar de vida, para casa, fazendo-a passar por criada. Assim, estava preparado o arranjinho. Mas para que tudo corra bem o padre da paróquia tinha de dar uma ajuda e tentar consolidar o casamento.

Mas Emília não se deixa levar facilmente e percebendo que o pai ficava periodicamente transtornado escreve à tia, a D. Clotilde, para que esta a venha socorrer, que vem com as amigas D. felisberta e D. Cacilda  . Inesperadamente surge Consuelo, a ex-amante, que tem em comum o facto de ser ex-amante do Lopes e também do amigo, o Silva. Gera-se a confusão, também pela visita de umas vizinhas muito caracteristicas…

Nesta comédia ligeira, Fernando Gomes retrata a sociedade portuguesa dos anos 50, princípios dos 60 dando às suas personagens características sociais, económicas e culturais elevadas ao ridículo em toda uma panóplia de situações dramáticas. O núcleo familiar elevado ao seu extremo.



O QUIOSQUE, 16 ANOS DEPOIS!
1992 foi o ano de estreia de “O Quiosque”!
Pois “o melhor quiosque de Campo de Ourique” – palavras do proprietário, o senhor Lopes – resistiu ao tempo e viajou até ao Norte!
Talvez porque o tema é intemporal e continuem a existir pessoas com os problemas e as características das personagens desta comédia.
O principal responsável deste “regresso ao passado” é o meu amigo Jorge Alonso, que há dezasseis anos atrás foi um “Paspalho” divertidíssimo e que agora está no papel de “encenador”.
Naturalmente, confiei-lhe “O Quiosque” e a liberdade de o “reciclar” a seu belo prazer, com a certeza de que ficou em boas mãos.
Só tenho pena de não poder assistir a esta nova encenação e conhecer os comediantes que vão dar uma nova vida às personagens caricatas – uns verdadeiros “cromos”! – que se tanto me divertiram ao imaginá-los, durante o trabalho de escrita, muito mais me divertem ao vê-los em palco!
Na impossibilidade de aí estar, resta-me desejar a todos “muita merda!”, certo de que “O Quiosque”, dezasseis anos depois,  vai divertir os espectadores, tanto quanto os divertiu nessa altura.

Fernando Gomes

quinta-feira, 17 de março de 2011

O percurso do grupo

   2002/3
O  Grupo levou à cena diversas representações, nomeadamente teatro de revista, entre as quais as peças “Quadros da Ribeira… Depois de uma noite de estacada”, “Cenas da Ribeira de Esposende”e “Esposende a olho nu”.
2007
Curso de Iniciação Teatral
2008
Estreia do espectáculo “O Quiosque”, Auditório Municipal de Esposende em 18 e 19 de  Julho 2008.
2009
- Reposição do espectáculo “O QUIOSQUE”.
2 espectáculos no Auditório Municipal de Esposende em Fevereiro 2009
1 espectáculo no Auditório de Palmeira de Faro em Março de 2009.
- Curso Teatro Comédia
- Atelier Teatro Jovem
- O espectáculo de rua 
“AUTO DA MUI DOLOROSA PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”.
Espectáculo único na Praça do Município, no dia 11 de Abril de 2009, inserido na programação das Solenidades da Semana Santa. Parceria e participação do Grupo de Câmara de Esposende e Grupo Coral da Paróquia de Santa Maria dos Anjos.
- O espectáculo de Teatro e Educação : “QUADROS DO PAPALAGUI”
1 Espectáculo apresentado no âmbito dos XIII Colóquios Juvenis de Arte 2009, resultante de uma parceria com o Grupo Performativo da Escola Henrique Medina.
1 Espectáculo Fórum de Educação 2009.
- Workshop Acção / Teatro
- I ENCONTRO DE TEATRO AMADOR DE ESPOSENDE
- Espectáculo: "MARIA NÃO E MATES QUE SOU TUA MÃE"
2010
- Curso Teatro Comédia
- Atelier Teatro Jovem
“AUTO DA MUI DOLOROSA PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”.
Espectáculo único no dia 26 de Março de 2010.
 - Workshop Acção / Teatro (2ª edição)
- Espectáculo Teatro Jovem "DESCONCERTOS"
- QUINTAS DAS HISTÓRIAS VIVAS
- II" ENCONTRO DE TEATRO AMADOR DE ESPOSENDE
 Espectáculo "AVANTE MAMOZELLES"
2011
-  Reposição Espectáculo "AVANTE MAMOZELLES"
- Curso Teatro Jovem
- Curso Sensibilização Teatro

Sobre o Gaterc

GATERC Grupo Amador de Teatro de Esposende – Rio Cavado, nasceu da vontade de valorizar, promover e divulgar as artes tradicionais, de trabalhar os materiais inserido no património Esposendense, de promover e realizar acções e espaços de formação para a infância e juventude, potenciadores da descoberta de talentos e do desenvolvimento de competências dos que as frequentam, ao mesmo tempo de aprofundamento do conhecimento da nossa identidade enquanto cidadãos participantes.
A este primeiro objectivo, um outro veio enriquecer a sua área de actividade; o de proporcionar aos cidadãos desta região, um espaço de formação e fruição cultural, na área do teatro. De desenvolver um projecto de intervenção teatral, forma privilegiada de expressão e comunicação e, portanto, instrumento fundamental para o desenvolvimento cultural de cada um e de todos.

O GATERC , numa busca pela universalização das suas propostas não se dissocia do espaço geográfico em que se encontra: o Minho, mais propriamente o Concelho de Esposende.
Captar essa essência e comunicá-la no seu espaço de intervenção através do Teatro é, verdadeiramente, um tributo à identificação de toda uma comunidade.
Nenhum espectáculo se dissocia do espaço físico em que foi criado e quanto mais atenta for essa adaptação mais genuíno, mais vivo, mais orgânico se tornará. O mesmo acontece com a existência do GATERC que neste caso se contextualiza numa região muito concreta do seu país, com uma identidade própria. Para salvaguardar bem dentro das comunidades das pessoas, as identidades culturais que deram forma aos seus modos de vida, interiorizando-os e dando-lhes oportunidades genuínas de afirmação.

Acreditamos que o GATERC pela sua intervenção, alargada e consolidada, com o apoio municipal e a estreita colaboração com outras instituições, abertas à contemporaneidade, com os cidadãos, deu o seu contributo para a democratização do acesso aos bens culturais.
Só pela continuidade deste projecto e persistente acção contribuiremos, sobremaneira, para a conquista e fidelização de públicos das áreas artísticas inseridas no Teatro, conseguindo granjear o reconhecimento e respeito pelo trabalho por parte dos cidadãos e das instituições que os representam.