terça-feira, 12 de abril de 2011

“AUTO DA MUI DOLOROSA PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”


Antologia de Manuel de Couto Viana.

Produção: GATERC
Encenação: Jorge Alonso e Eva Fernandes.
Intervenientes: GATERC, Grupo Coral da Paróquia de Santa Maria dos Anjos (Esposende)
Apoio: MUNICIPIO DE ESPOSENDE


De volta ao Município de Esposende a representação de rua, alusiva à Paixão de Cristo, ocorrida durante as solenidades pascais de 2009 e 2010. A adesão foi absoluta e os resultados apontam para a premência de prosseguir este evento agora reformulado com uma representação nocturna. A recriação de uma história ancestral, para e com as gentes de Esposende que toca o imaginário colectivo e profundamente religioso.
Um Espectáculo de Teatro de rua adaptado de uma antologia do autor Manuel Couto Viana. Um texto em verso de um autor do século XVIII que representa episódios bíblicos, agora inserido na programação das solenidades pascais de 2010 do Município de Esposende. Ao ser realizado na Semana Santa, este cerimonial religioso pretende ser também uma manifestação de cultura que retrata a expiação do pecado e purificação da alma, reproduzindo ao mesmo tempo os acontecimentos mais significativos da vida de Cristo.
A poética espacial, a temática viva do universo abrangido e o carácter religioso sublinhado, constituem elementos que revitalizam uma história ciclicamente celebrada na região e que veicula o pensamento crítico
Transcrevemos uma passagem (de J.A. Coelho Dias Geraldo in Religiosidade Popular e devoção das gentes do mar em Esposende) sublinhando a importância da Religiosidade Popular.
“Com efeito, a religiosidade é o húmus natural de toda e qualquer religião, popular ou oficial, o substracto indispensável para a consequente estruturação de crenças e sistematização de rituais com que o ser humano manifesta a sua dependência em relação a realidades superiores e transcendentes. A religiosidade, sem qualificativos, é por isso, um sentimento de foro interno, pessoal ou colectivo, anterior, do ponto de vista lógico, a qualquer sistema religioso….Ora as festas da religião são ainda no nosso país e sobretudo no Minho um topos privilegiado para o reencontro com a cultura do passado, esse precioso legado do nosso património mental e etnográfico.
A festa religiosa para além de ser, do ponto de vista sociológico, um “estar com os outros” é também e principalmente um tempo e um espaço de encontro com Deus e os santos protectores da nossa devoção, uma ocasião e maneira de os “domesticar” como que tornando-os nossos familiares e comparticipantes nos problemas do corpo e do espírito, da saúde e da doença, da vida e da morte…”
O número de participantes ascende a seis dezenas de intervenientes entre cantores e actores.
Do curso anual de Teatro Sénior 2011 organizado anualmente pelo GATERC, sairão também elementos que participarão neste espectáculo.
Iremos contar com a colaboração do Grupo Coral da Paróquia de Santa Maria dos Anjos (Esposende) e de salientar o apoio do Município de Esposende que apoiou e permitiu a realização desta iniciativa.






Cartaz


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Avante Mamozelles



Estreia: 10 de Dezembro
Reposições: 11 de Março 2011
Encenação e Cenário: Jorge Alonso
Apoio Coreográfico Salsa: Carlos Barros
Filme: Marco Neiva
Figurinos: Criação colectiva
Selecção Musical: Colectiva
Montagem cenário: GATERC
Operação Luz e Som: Jorge Alonso e Nuno Valente
Apoio: Município de Esposende
Interpretes: Ana Losa, Bernardete Costa, Bruno Serra, Fernando Vale , Irene  Joana Magalhães, João Faria, João Meira, Joel  Zão, Juvenal Silva, Marcelo Silva, Maria Marlene, Mário Filipe, Matilda Enes, Sandra Aleixo, Alexandra Campino, Francisco Afonso
Músicos: José Pedro Almeida, Joel Belo





A peça "Avante Mamozelles", um espectáculo baseado na comédia "SIK-SIK - O Profissional da Magia", de Eduardo de Filippo, no filme "O Baile" de Ettore Scola", e no entremez do séc XIX "O Tocador de Flauta".


A acção desenrola-se num salão de dança. O dono do espaço, o famosíssimo mágico SIK-SIK, para animar os clientes, decide preparar uma surpresa para uma noite diferente do habitual, realizar alguns números com a ajuda da sua acompanhante, a juvilante e graciosa, Giorgetta.
Algo não corre como planeado, para o sucesso do show, o mágico é forçado à última da hora substituir inesperadamente, Nicola por Rafaele, o seu ajudante que costuma fazer-se passar por público... Não iremos aqui subir mais o pano e revelar "o número"...
Para além destes personagens temos os clientes e um tocador de flauta: um desfile  de sucessivas caricaturas que  vão sendo apresentadas: as personagens do tímido, do abusador, do auto-convencido, do bajulador, do símbolo de autoridade.... O mesmo se dá com as diferentes personagens femininas. Todas elas se vão identificando e revelando com os factos e os contextos apresentados. Os músicos ao vivo, irão ritmar as passagens das cenas.

domingo, 10 de abril de 2011

Desconcertos

     Adaptação sobre textos de Javier Tomeo, Luigi Pirandello, Sanchis Sinisterra
e de outros, criados pelo elenco.






Estreia: 1 de Junho de 2010
Criação colectiva
Encenação e Dramaturgia: Jorge Alonso e Nuno Fernandes
Elenco: Ana Sofia Ferreira, Andreia Neves, Beatriz Pérola, Bruna Vilarinho, Ema Faria, Joana Silva, João Cachada, João Henriques, João Meira, Maria João Roriz, Matilda Enes, Rute Lopes, Sara Morais, Sérgio Leça.       
Operação de luz e som: Rafael Sousa, Jorge Alonso e Nuno Fernandes

Co-produção :
Clube de Artes Performativas (Escola Secundária Henrique Medina) e GATERC (Grupo Amador de Teatro Esposende - Rio Cávado).
Agradecimentos: Casa da Juventude, Dr. Rui Cavalheiro, Esposende Rádio, Mãe da Matilda, aos pais dos interpretes.
Apoio: Município de Esposende

Este exercício final é resultado do Curso de Teatro para Jovens organizado pelo GATERC, durante os meses de Março e Abril de 2010, na Casa da Juventude, com o apoio do Município de Esposende.
Depois da sensibilização dos jovens para as práticas e técnicas teatrais, começou a preparação de uma apresentação pública, sendo a mesma, a forma mais clara de pôr em prática os conhecimentos adquiridos. De salientar que durante todo o processo, se contou com a participação de alguns elementos do Clube de Artes Performativas (Esc. Secundária Henrique Medina).
Depois de um conhecimento mútuo, muito importante na prática teatral, começou a aventura da preparação desta apresentação final. Uma nova etapa prática de aprendizagem, de dificuldades a ultrapassar, de novas responsabilidade, de cumplicidade, de sentido de grupo e de pertença. 
O tema é o próprio conceito de espectáculo, uma colagem de alguns dos seus processos de construção e estilos, aqui revisitados de uma forma experimental e livre, com o objectivo principal de proporcionar aos jovens actores, vivências de palco .
Sem querer desvendar mais, pois o Teatro tal como a Vida, é feito de surpresas, deixo à vossa liberdade, as várias leituras que este espectáculo oferece.
Uma palavra de reconhecimento aos jovens intérpretes, eles foram fantásticos no seu empenho e entrega, à partida a aposta já está ganha, pois conseguiram tornar real um sonho. Foi de uma riqueza enorme toda esta experiência proporcionada.
O Verbo agora é deles . Que se abra o pano! ! ! ! ! ! ! ! !  




sábado, 9 de abril de 2011

Peça: Quadros de Papalagui


Estreia: 05/03/2009 (XIII Colóquios Juvenis de Artes - Auditório Municipal de Esposende)
Reposição: 30/05/2009 (Auditório Municipal de Esposende); 15/04/2010 (X Mostra de Teatro Escolar - Auditório Municipal da Póvoa de Varzim)
Criação colectiva, com direcção, encenação e dramaturgia de Jorge Alonso e Nuno Fernandes
Produção conjunta: Clube de Artes Performativas (Escola Secundária Henrique Medina) e GATERC (Grupo Amador de Teatro Esposende Rio Cávado)
Operação de luz, som e imagem: Rafael Sousa, Jorge Alonso e Nuno Fernandes
Realização e produção vídeo: Rui Teixeira
Elenco: Ana Alves, Alice Longras, António Torres, Bruna Nunes, Catarina Magalhães, Francisca Gaifém, Gil Fernandes, Inês Areia, João Miguel, Maria Loureiro, Ricardo Bedulho, Inês Laranjeira (Criança), João Henrique, Joana Silva .

O processo criativo, da adaptação do livro ao espectáculo:

 "O PAPALAGUI" - discursos de Tuiavii, chefe de tribo de Tiavéa nos mares do sul. O Papalagui, ou seja, o Branco...é o homem europeu visto pelos olhos de Tuiavii, carregados de uma franqueza ingénua... 
O valor dos seus discursos reside na capacidade de nos interrogar, a nós próprios, sobre o verdadeiro conteúdo das coisas, dos nossos compromissos com a civilização e a cultura que herdámos e construímos. 
Vale a pena, para nós, homens brancos e "esclarecidos" ter conhecimento do modo como um indivíduo, ainda intimamente ligado à Natureza, nos vê a nós e à nossa cultura!
 Passado quase um século após a escrita do livro original, através dos seus olhos e das suas palavras, descobrimos ainda a nossa própria imagem, (o teatro do nosso próprio ser) e isso, com uma simplicidade que já perdemos...
Pela actualidade do tema, dos comentários recolhidos e do interesse manifesto iniciámos a construção de um guião que servisse de base dramatúrgica. Fizemos uma estrutura em quadros, o que possibilitou uma maior abertura e espaço criativo para outras linguagens. Quadros que dão imagem a temas seleccionados colectivamente: a falta de tempo, o consumismo, a necessidade de comunicar ou ser reconhecido que nunca chega a acontecer, a solidão de uma sociedade massificada e agora globalizada… a sociedade do espectáculo.

A acção, decorre num único cenário um espaço asséptico, vazio e procura desenvolver os subtis processos de uma rede de sem sentidos, de forma a que o mesmo gesto, a mesma acção, a mesma palavra, possa adquirir um tom cómico ou trágico, como a vida em si vista através de um caleidoscópio que se empenha em desfazer o previsível e, dependendo dos gostos, podermos converter uma coisa em todo o seu contrário. Recorremos a poucos elementos plásticos, apenas a figurinos brancos sobre o negro, uma breve alusão a um mundo formatizado, onde a forma impera sobre o conteúdo, uma repetição de corpos que passam e se repetem, sem neles termos noção do individuo ou personagem. 
As relações dos personagens e os seus problemas de comunicação são o objecto de uma procura de um relato com humor e crueldade. 
O gesto, a palavra, a frase mínima e o silêncio são alguns dos elementos que procuramos articular. Os personagens combinam-se de todas as formas possíveis, ao virarem para o exterior o seu carácter de aparência, revelam o seu vazio interior. 
A música e a imagem pautam a mudança, criando uma base dramatúrgica.  
A construção deste espectáculo foi um desafio à criatividade. Uma palavra aos intérpretes que encararam com muito empenho e entusiasmo este desafio e aí está o espectáculo, para se revelar em palco!